28 de fevereiro de 2010

era menina

Há meses os vestidos começaram a delinear a cintura, as saias perderam um pouco de tecido e estão alguns palmos acima dos joelhos redondos com pernas mais torneadas. Cabelos presos só se for para mostrar a nuca nua. Esmaltes escuros e perfumes nada adocicados foram adquiridos nas últimas compras de cosméticos. Os amigos são rapazes que flertam, com a troca das tranças, da garota tímida do brejo, para admirar o novo caminhar em saltos altos nunca usados, até então... Tudo num movimento simbiótico de sedução fatal. Num desplugar do mundo interior coberto de feminilidade espontânea, neste domingo, acordou mais mulher...
[Imagem: Vênus de Milo]

22 de fevereiro de 2010

hoje é segunda

Começar sempre deixa uma sensação de medo. Dá medo de se apaixonar por uma pessoa nova. Emprego novo, casa nova, ter um filho, mudar de cidade... sempre trazem sensações levemente estranhas. E começar pela terceira vez um blog não é diferente. Dá medo não cumprir as expectativas dos amigos... Não saber se conseguirei ter pelo menos três comentários por post dá medo. Ao mesmo tempo, sei que o medo é a cara do novo. Não teria como ser muito diferente, senão viraria marasmo, que pode virar tristeza. Só que tristeza com um punhado de melancolia até é engraçado de sentir... pode dar samba. Porém, tristeza mais deprê nos deixa sem chão... Até que chega algo novinho que nos surpreende e o medo mostra-se mais uma vez e já não temos mais dúvidas que é assim mesmo. O novo vem. O velho vai. Fica a tradição daquilo que vivemos lá, vem a vontade de aguardar o moderno que está para chegar. E nessa brincadeira, neste post fabricado numa segunda-feira pós-carnaval, para este blog de título malemolente, para um ano promissor às paixões, quero criar atmosferas bambas com palavras... por uma voz nova numa literatura literária!