11 de fevereiro de 2012

da perspectiva de quem vai

quando o táxi arrancou, nos despedimos em quereres conflitantes, e você segurou-se no levante do impulso do soluço, e seus olhos marejaram, e eu olhei pela janela, dentro do carro, te deixando presa num quadro concreto, de carne e osso. quando fui me vendo partir, e ir, vi como é ficar, e como é querer ir, e já fui, já estou, longe de casa, da praia, dos canais, dos meus melhores e piores anos na Santos que sempre será minha referência, meu colo amigo e briga familiar. quando a ficha caiu, quando senti um calor solar e um vento baiano nos cabelos, não segurei a emoção, porque os meus olhos presos naquela cena de você me amar e me deixar ir é a extensão do nosso cordão umbilical e a ruptura das raízes paulistas - por ora?

Bahia, 11 de fevereiro de 2012.