Cheguei em você assim como quem se atrai pela luz do farol de Itapuã, depois de nadar léguas e léguas... e então avista um repouso em tal novidade praiana, um novo norte. Salvador não seria a mesma se não fosse a sua geografia. Cartografo-me em seu corpo, dimensiono toda a baianidade na nossa ginga, pra depois ganhar as ruas soteropolitanas com passos demarcados mais pela curiosidade de um viandante, menos pela agressão da ocupação de um forasteiro. Percorro toda a orla, da Barra até Piatã ou do Rio Vermelho até Flamengo, sem a pauta de um turista. Fixo-me nesses dias claros, sol a pino e algumas pancadas de chuvas, que nada lembram o outono de Santos e anunciam um inverno ameno. Tudo tem sido sem grandes pretensões, sem a necessidade austera em acolher os seus segredos - porque, sagrados. Meus pés já não são tão SP, e toda a performance atual dos meus quereres estão em SSA. Danço e despeço-me das agruras do paulista marrento, sorrio e sambo como quem sobe o morro e se percebe em paz com os seus, os nossos. É. Estou bem. Você me ensinou a geografia da unidade.
Trecho do filme "Barravento", de Glauber Rocha (1962). Os pescadores de uma comunidade da praia de Buraquinho (Itapuã, Salvador, Bahia) realizam a puxada de rede do xaréu.
matou o texto aqui né?
ResponderExcluir'Salvador não seria a mesma se não fosse a sua geografia.'
D E M A I S, nega.
escrevi esse texto dentro de um ônibus, indo pra uma cidadezinha aqui, chamada Cachoeira!
Excluirenfim, fico feliz por vc ter gostado do texto! :DD
Cachoeira e São Félix, no Recôncavo Baiano, berço do samba de roda. Imagino que mexeste muito as cadeiras por lá, querida. Beijão.
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