Temo não ser a exceção.
Excedo os meus modos patéticos quando ninguém vê.
Dou risada sozinha para os transeuntes não espantarem o meu susto narcísico da alegria de ser só mais um na multidão.
Enxergo mal os rostos cansados do ônibus abarrotado.
Meus óculos escuros emburrecem a retina sincera do meu olhar.
Guardo segredos de liquidificador para um caos atmosférico que desanda o meu equilíbrio de bailarina desatinada.
E, assim, não lembro quando não fiz mais concessões. E retiro da bolsa um cartão amarelo para aqueles que sabem fazer um pedido bem feito. Então, concedo... sem um não! Ofereço a minha bondade abusada e construo uma culpa vã, pela caridade exagerada.
Olho para trás e tenho a impressão de ter perdido tempo quando não era para ter juízo.
E se, hoje tenho a razão, quero dar-lhe todo o impulso possível... para caminhar na corda bamba da emoção do tato no estalo da dor de ser unicamente parte de todo mundo.
Eu sou um milhão em mim, de um milhão de gente que vive e ama e sua e ri... como já disse algum poeta.
Eu não sou o outro. Sou eu mesma. Mas, confundo o meu querer com o seu desejo e já não sei mais quem sou... perco o meu critério e me desrespeito. Respeito o querer alheio e desajeito o meu próprio conselho de amar a mim, antes de tudo. Pois, não sou capaz de rezar a minha cartilha e acabo pregando pela religião do próximo.
Estúpida, não?!
Porque ainda não sei o meu destino, embora, a campainha moralista da minha identidade oca toque e lembre a hora de ser mulher, profissional, cidadã, filha, amiga e algo muito maior que nunca serei... o meu verdadeiro Eu, com conotação estética vivaz e primária de mim mesma, só aberta para obras do outro, ou seja, sempre com alguma concessão.
Como diria Marisa Monte:
ResponderExcluir"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular..."
lindo e sensivel, assim como seu infinito particular
Amanda - 06 de abril de 2010
Não pra uma mudança de casa.
ResponderExcluirPra uma mudança de vida:
Some things never change
Or go away
I wait around
And now it’s yesterday
Like some little kid
Who’s overgrown
The lonely one
Who’s never been alone
But I don’t want to ever go back
To my old ways
Cheatin’ and creepin’ around
I don’t ever want to go back
To the old days
Leaving the dead underground
But I don’t ever want to go
No, I don’t ever want to go back
To my old ways again
Always waiting for
The rain to stop
And praying for
The other shoe to drop
Let your worries go
We’re all in love
A tidal wave
That comes from up above
But I don’t want to ever go back
To my old ways
Cheatin’ and creepin’ around
I don’t ever want to go back
To the old days
Leaving the dead underground
I don’t ever want to go
No, I don’t ever want to go back
To my old ways again
I don’t want to go back
To my old ways again
(My old ways - Dr. Dog)
Não tenho outra coisa a dizer a não ser: AMEI!
ResponderExcluirTbm olho para trás e tenho a impressão de ter perdido tempo quando não era para ter juízo...
ResponderExcluirTemo ser excessões sem açucenas. Ser o assunto eleito por palavras gris. O Bruno pode passar com sua voz rochosa, que ninguém vê. No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra. E era vc. Que não me lê. Comprei uma concessionária de vozes marinhas, mas eu tenho ouvido tapado, desde aquele abril. A vida é a flor torta que floresce na chaga e o poema o que floresce em fuzil.
ResponderExcluirexceções com ç. ;) Foi mal. rs
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