4 de novembro de 2011

necessidade urgente IV

Alê, seu atual estado civil é quase-solteira. Você acabou de sair da casa do seu namorado, talvez para não voltar mais. Não aguenta mais conviver na bagunça daquele apartamento, das roupas espalhadas pelo banheiro, panelas sujas de feijão, junto com o pirex de macarrão de domingo na pia; e mais, todos os copos e canecas espalhados pela casa inteira. E tudo isso porque você esteve fora da cidade, por duas semanas, o suficiente para seu quase-ex-namorado desajeitar qualquer chance de convívio entre vocês. Porque quando estão juntos, suas regras são seguidas, e você fica lá, ou ficava, sem agressões verbais, por gostar muito dele, você explicava a ordem das coisas, numa espécie de mãe-namorada ou namorada-mãe. Uma série de negativas, Alê. E você resolveu ir embora. Ele não saberá ficar sem você, ele sabe disso. Por um tempo, algumas longas semanas, tudo vai desabar. Porque é isso, você vira as costas e ele desaba. 51 Mix, SporTV, UFC. UFC, SporTV, 51 Mix. Estes serão seus novos companheiros. Cuecas usadas embaixo da cama, meias que fedem igual panos de chão encardidos, resto de creme dental pregado pela torneira, o desastre masculino de um quase-solteiro. 51 Mix, SporTV, UFC. UFC, SporTV, 51 Mix. Até quando, Alê? E você aí, ainda pensando se fez a coisa certa, não é? Todo cotidiano dele preso em vacilos. Quando cairá em si - você e ele - ?

(continua, 'necessidade urgente' minha de narrar uma vida, uma história...)

Alê é uma personagem que já tinha nome, mas não tinha passado nem futuro. 
Porém, por coincidência, depois de ler um texto do Wilson Franco, com um personagem de mesmo nome, Alê surgiu.
Mas sabe o que é mais interessante?
A Alê do Will está num conto dele inspirado num outro texto meu (Abrir-se-vos-á).
Aqui ó, "Do Majestic ao Paternon", de onde nasceu a Alê:
http://errancias.wordpress.com/2011/11/04/do-majestic-ao-partenon/

Uma verdadeira ciranda literária!


Um comentário:

uma palavra, bamba?