Abriu os braços para pular.
Do trigésimo e quinto andar.
Do alto do seus vinte e um anos.
Abriu os braços para descer ao chão.
Braços abertos para acolher a gravidade na queda.
Lá do alto.
Seu corpo esquálido, sua boca amarga e seus pés soltos.
Para o pulo.
Desfazer-se em carne viva no asfalto.
Os passantes ainda não a enxergavam.
Por fração de segundos, ninguém a esqueceria.
Nunca mais.
As buzinas já começavam a soar.
Entre o asfalto e o alto do Edíficio Partenon, planaria?
E depois da queda, sossego?
Veio o impulso.
Do alto do despero, não apoiou-se mais nos pés.
A atmosfera desembaraçava-se, enquanto ela caía.
Descontínuo solo.
Corpo espaçado, corpo mutilado.
Ao sol do meio-dia, SP, 29 de abril de 2008.
Pesado heim!
ResponderExcluirGostei
O anônimo acima é o Flavio logo abaixo! hehe
ResponderExcluirmorreu na contra-mão atrapalhando o tráfego.
ResponderExcluirRaquel
Cidadeando