17 de maio de 2012

palavras do orvalho

para Juê




Anotações de um diário clandestino:
Às vezes não dou conta.
Muitas vezes não quero ver.
Outra vezes me dou por satisfeita.

Avenidas,
Gargalhadas,
Máscaras carnavalizadas,
Marcas de um dia de fevereiro.

As encenações não estão postas
- Necessidade de realidade -

Eu, singular?
Eu e a minha fé remota. 
Eu e minha escrita particular, modulada pelo meu amadorismo, pois não sei rimar.
Crise existencial?

Às vezes, remo.
Muitas vezes, afundo.
Outras vezes, me salvo.
Anotações de conclusões literais.

Janelas solitárias. 
Mágoas.
Fantasmas.
(Marcas de um qualquer)

Há uma solitude, necessidade de poesia.

Eu?
Resguardo.
(Afinal...)

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Salvador, Outono ou Inverno?, chove muito, 17 de maio de 2012.





2 comentários:

  1. Adorei esse, não só por estar mais em verso. Mas porque acenou mais para as palavras, não só para as situações cotidianas. Essa história de não saber rimar é preguiça. As pessoas dizem isso. Se vc quer escrever, não pode fazer isso como um hobby, um desabafo. É bom saber rimar, entrar na reino próprio das palavras, não se prender ao ritmo, mas se utilizar disso. O que vc tem lido de poesia? Você se vê mais como poeta mesmo, ou escritora de contos, crônicas?

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uma palavra, bamba?