Para Bri
eu nunca soube muito de barcos.
desde muito cedo, ouvia seus apitos nas manhãs da minha infância. navios que saíam do porto, atravessavam a Ponta da Praia, onde eu morava, e partiam para lugares distantes de mim.
meu pai sabe. é um portuário nato. trabalha no ramo há mais de trinta anos.
eu, não. sei do zumbido. do zuuuuu. do adeus em silêncio.
eu também nunca conheci um marinheiro contador de causos. e muito menos pratiquei surf.
mas sei do cheiro da maresia. sinto-a quando coloco os pés na rua, quando saio de casa. porque morar na praia tem dessas peculiaridades. cheiro de mar/ sal abraça-o diariamente.
a minha paisagem rotineira, quando residia num dos extremos de Santos e precisava me deslocar pela cidade, era a orla inteira. só pra mim. sentava no banco mais alto do ônibus e olhava para o infinito, como quem faz uma prece para começar a labuta.
hoje, fiz um barquinho tatuado no braço, é vermelho escarlate. marca um momento especial, de rupturas, e fecha um ciclo. talvez, o retorno de saturno, segundo a leis dos astros. diz de mergulhos. e de um amigo vidrado em barcos de papel.
diz do meu amor e o mar.
eu que não sei nada do mar.
nem de amar.
"Eu que não sei nada do mar", por Maria Bethânia
Ah mar :) Que legal que tatuou um barquinho!Eu queria tatuar aquele peixe da entrada de Santos no meu braço, me remete a muitos significados também, entre, claro, o mar e o inconsciente. Mas me disseram que aquele peixe é conhecido como o "clitóris" de Santos!rs... achei que não seria tão apropriado. Mas depois, pensando bem...
ResponderExcluirUm bom começo de ciclo para você:)Deve ser muito bom fechar um!
beijos
Se não sabes de amar eu não sei, mas que dizes de forma bela do amor... nisto há sensibilidade.
ResponderExcluirQuero ver o barquinho. Beijos