6 de março de 2012

meus dias inquietantes na Bahia

Papel em branco, poderia ser o título deste post. Porém, decidi por algo escancarado: meus dias inquietantes na Bahia. É. Hoje faz quase um mês. O que parece muito mais. Às vezes tenho a impressão de ter passado um ano, já. Porque a Bahia me abraçou, me engoliu, igual aquelas paixões avassaladoras. E o que é mais interessante é o gosto da mudança - é fazer-se estrangeiro, mesmo falando português, mesmo tudo isso sendo Brasil. O diferente aqui é poder respirar a forte presença de ancestralidade africana, de cultos populares ainda respeitados por muitos. No domingo fui numa roda de capoeira angolana, e quase entrei em transe, com a roda e seus corpos dançarinos em golpes leves, deslizantes em chão de pedra e  dotados de espírito sagaz. Estávamos em plena praça pública e todos paravam para olhar, aquele jogo, cantado, suado, ao som da percussão, das vozes e do berimbau. Ali entendi o meu presente, e todo meu estado de euforia. A Bahia me abraçou, depois deu um sacode e pediu para eu ficar. Tornei-me um papel em branco, assim. Se todo escritor vive a liberdade e a solidão ao começar suas histórias, confesso: Salvador é uma festa e eu preciso me escrever nela/ dela/ com ela... e deixar escapar o silêncio do começo, até o fim.



2 comentários:

  1. é Isso aí neguinha eu te disse! Se não foi a Bhia então vá! terra boa cheia de vibrações positivas e intensas! bjosss!

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  2. Deixe a vida romper esse silêncio... se joga, querida! Bjs

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uma palavra, bamba?